Rascunho...

Durante toda minha vida, eu procurei ser um cara informado, gostava de sempre pegar livros na biblioteca da escola, era intimo da bibliotecária, e sempre estava informado sobre os livros que lá chagariam, lia de tudo, desde Verne até Machado. Era um dos único da minha sala, senão o único. E por muito tempo fiquei nessa, no meu mundinho, na minha pequena e pacata cidade, onde não tinha nada para se fazer, a propósito, eu ao contrário dos demais jovens, era caseiro, ficava em casa, e não estava nem ai para arrumar namorada e coisas do tipo, demorei à começar sair de casa, mas isso não vem ao caso... Gostava de um bom filme, uma boa conversa, um bom livro e a jogar video game (adorava a vida noturna e virar a madrugada nos finais de semana, jogando, era ótimo) não que queria ser do tipo “cult”, mas eu gostava realmente disso.
E foi nessa época que eu começava a ouvir falar dos computadores, pelo menos aqui, na pequena e pacata Auriflama, e foi nesse período que tive contato com um, mas isso também não vem ao caso. Como todo jovem, que gostava de um game eletrônico, mas que também gostava de ler um livro, eu sempre queria ter em minha casa um computador, para que eu pudesse mexer, jogar, entrar na internet, me divertir... Mas ao mesmo tempo que eu queria mais que tudo na minha vida um computador, eu sentia medo dele, sim, medo... medo de perder minha vida, medo de perder o gosto pela leitura, medo de minha vida mudar em função do dito cujo.
Esse medo aumentará, quando minha mãe anunciou que estava pensando em comprar um computador (após eu insistir tanto, e ela não dar, ela do nada me diz isso), fique maravilhado, iria entrar na internet, conhecer gente nova, coisas novas, tudo novo, esse era um momento em que eu estava afundado até a cabeça nos livros, lia muito nessa época, e como sempre gostava, foi a época que estávamos morando em Rio Preto, vai vê é por isso que eu estava tão apegado aos livros, pois ali não tinha amigos, então um bom livro era indispensável.
Tive pânico ao ver a possibilidade de um computador roubar minha vida, o que de fato iria se concretizar, pensava a todo momento que iria conciliar o tempo e não deixaria a leitura em hipótese alguma... Quem venha o computador!!!
Ele chegou em uma manhã e como de costume eu ainda nem tinha ido dormir, fique maravilhado, era mágico, no mesmo instante eu comecei a escrever (passar para o computador), minhas “poesias e contos”, que eu escrevia na época (não tenho talento nenhum).
A internet já estava instalada e na madrugada eu iria enfim usufruir, e muito. Encantado, eu não
queria nem saber de leituras, a internet tornaria minha vida boêmia mais excitante.
Foi quando me dei por conta que estava deixando de lado o que eu mais gostava de fazer, Ler, e o medo do computador? E o combinado (de conciliar)? Leitura?
Pois é, por muito tempo eu afundei de cabeça no computador, e deixe de lado a coisa que eu mais gostava de fazer, acredito que não perdi tempo, pois hoje faço faculdade de computação, aprendi muito nesse anos, mas quero deixar claro que, eu havia abandonado os livros sim, mas só por um período, só até o encanto pelo computador passar, confesso que lia muito mais antes do que nos tempos em que o computador entrou em minha vida, mas hoje, que o computador é um velho amigo e companheiro, não tão como os livros, ele esta em segundo lugar, hoje, procuro ler tudo que me interessa, se pudesse compraria muitos livros. E só hoje eu aprendi a conciliar o que eu queria fazer no começo.
A propósito eu deixo de “entrar” na internet por um bom livro, quer dizer, deixo de me comunicar, por o pc sempre estará conectado, puxando música ou outra coisas...

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