Antes de mais nada, o nome é em Latim... Mais uma vez eu atacando de poeta, não me condenem nos comentários, sei que não levo jeito....

Pax Vobis, o suicídio imperfeito

Aqui de cima vejo Abaçaí...
Com seu sorriso terno, me esperando,
Esperando por mim, como se eu fosse um curriqueiro.
Lá vou eu meu querido, não me fuja daí.

Espero...

Chego às confrontações tremulo,
Em instantes vejo meu túmulo...
de sobressalto, aguardo o momento certo...
É chegada à hora, chego mais perto.

Agora...

De Abaçaí escuto sua rinchavelhada estrondosa.
De seu deboche, alquebro meus joelhos e me vou.
Vou para o infinito, vou para meu alívio.
Em instantes vejo tudo, que coisa maravilhosa.

Vôo...

Vejo de relance, minha infância,
casquinando, curriqueiro que não sou,
abro os olhos e admiro mais uma vez.
Em minha altanaria esplendorosa, um momento de lucidez.

Medo...

Panejando apavorado, o chão se aproxima...
Vejo gente, vejo carros, vejo algo estranho.
Vejo passando ele, todo lindo, Abaçaí,
Que me olha e mais uma vez sorri.

Morte...

De cabeça pra baixo, esbugalho os olhos,
a um palmo da terra os fecho...
Não tem dor, não tem visão, não tem mais nada.
Nada do que eu antes imaginava.

Paz...

Somente tem a risota...
A risada zombada de Abaçaí.
E de sua rinchavelhada que me convenceu,
permaneço ali imóvel como um idiota.

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