Carnaval 2005

Como é de costume na minha pequena, pacata, humilde e singela cidade, os carnavais aqui são passados nos ranchos...
Eu modéstia a parte adoro, não pela folia que o povo faz lá, mas é uma época que eu posso me afastar do computador e entrar em contato com a natureza (por incrível que pareça eu gosto de natureza). Devido ao fato da concentração ser grande em tais ranchos, o preço da diária é um absurdo, chega e ser de cem reais pra cima, o que íamos alugar era setenta reais a diária, um total de duzentos e oitenta reais os quatro dias, isso que somente minha mãe iria alugar (sempre que vamos para rancho assim, vamos nossa família e a família do meu tio, Pedro), ai pesaria muito. Moral da história, esse ano não teria rancho, assim como no ano passado.
Mas graças a minha persistência esse ano teria nossa estadia nos ranchos sim! Não necessariamente onde queríamos, lá, onde a diária seriam setenta reais, mas seria em outro rancho, meio do mato, coisa underground, coisa pra fica na memória.
O rancho no qual alugamos já havíamos ido certa vez, é uma casinha com três cômodos, dois banheiros, uma mini piscina, várias árvores e pernilongos, muitos pernilongos. Pois pudera, alugamos pela bagatela de trinta reais por dia e ainda por cima convenci meu tio a ir conosco. Éramos dez em uma casa de três cômodos. Mulheres pra um lado, homens para o outro. Na primeira noite, após termos limpado a casa, que por sinal estava um lixo, eu não consegui dormir, apenas cochilei, passei a noite em claro, escutando roncos e flatulência do meu tio e do meu pai, a noite custa a passar quando se dorme acompanhado de besouros, pernilongos e sem computador. Passada tal tortura minha estadia no rancho estava para lá de demais, esta carnavalescamente perfeita. Não tínhamos relógio, até que tínhamos, mas os deixamos em locais de difícil acesso, dentro do carro, etc. As horas passavam com as partidas de Buraco. Tevê somente para o meu tio no qual acompanhou os desfiles das escolas de samba, os demais dividiam lugar na mesa a cada rodada no jogo de Buraco. A minha Tia Dina era a mais viciada e sempre queria estar jogando (ela havia aprendido a jogar no mesmo rancho, quando havíamos ido à outra vez, em 2002), e sempre ganhava formando dupla com minha mãe. Na segunda noite eu decidi dormir no carro, devido as má companhia (insetos: pernilongos, etc) e a roncos e flatulências. Ainda mais agora que o namorado da minha irmã havia chego juntamente com ela, e ele ronca que é uma beleza... Mas como temos um Gol, mesmo deitando os bancos não me coube no carro, tive que dormi dentro da casa, mas agora, mulheres pra um lado, homem pra outro e... Rodrigo (logo depois de madrugada, devido à quantidade enorme de puns e roncos) e Fernando centro. Essa noite eu dormi, não confortável, pois o colchão deveria ter uns quinze centímetros, mas dormi como uma pedra. Sempre acordávamos tarde, pois as partidas de Buraco duravam até as três da madruga, quando acordávamos ficávamos sentados conversando e esperando o almoço que sempre saia as 13:30 ou mais tarde. Perfeito, estava em contato com a natureza, em uma casa na qual podemos dizer que boa, onde tínhamos uma piscina (se é que podemos dizer que era piscina), um rio enorme no fundo de casa, rodeado de pessoas que gosto, não queria mais nada...
Gostava de nadar, não na piscina, mas no rio no fundo de casa, a Débora e minha mãe eram contra, pois tinha muito mato, mas na verdade não tinha muito mato, tinha na margem, mas eu não iria nadar na margem...
Mas como não sou egoísta nem nada, para agradar minha namorada, nadei na "piscina" e na parte limpa do rio, onde fomos eu, Débora, Fernando e Jéssica, estava gostoso e realmente é limpa essa parte do rio...
Porem como tudo que é bom dura pouco...
Os quatros dias passaram mais rápido do que o esperado, os dias não passaram, voaram e logo era hora de desarmar a barraca, levantar acampamento e ir embora, de volta a civilização, de volta os bits, de volta a cidade.
Acho que estou com depressão pós-rancho. Como tenho saudade de ficar com a Débora minutos antes de dormir, como sinto falta da espera do almoço demorado, como tenho saudade das partidas de Buraco, como quero um rancho...
Mas é isso ai, ano que vem tem outro carnaval e se tudo der certo, tem de novo rancho e se tudo der certo (e dará), com as mesmas pessoas...
Só faltou minha irmã Tatiana e meu cunhado Leandro... Quando ela ler isso, certamente se arrependera hehehehe...

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