No meio do caminhohavia um buraco

No meio do caminho havia um buraco, havia um buraco no meio do caminho...

Bom, agora que estamos terminando o ano letivo e os deveres estão menores, pretendo voltar a postar, devo estar enferrujado, não repare. O ano ainda não terminou, eu tenho ainda provas, trabalhos e inevitavelmente alguns exames e a mais temida apresentação da monografia.
Vamos ao que interessa...

Estou no quarto ano de faculdade, estudo em uma cidade vizinha a minha, sessenta quilômetros, e não vejo a hora disso tudo terminar. Fico pensando no povo que trabalha e estuda, como conseguem? Sessenta quilômetros pode parecer pouco, mas se viajado todos os dias da semana, em quatro anos, é muito. As viagens foram tantas e o cansaço ainda maior, confesso que nesse último ano, nesses últimos dias a coisa parece não ir, paro de vez. Mas um dia passa e quando passar vou sentir falta das viagens na qual estou reclamando. Foram inúmeros CDs ouvidos durante esse tempo, inúmeras músicas, tenho que confessar que Chico Buarque me acompanhou na maioria das viagens. O caminho é longo, cansativo ainda mais no horário de verão, no qual estamos passando agora, saímos de casa com o sol ainda alto, queimando nossas orelhas.
Passamos nesse meio tempo por alguns apuros, ameaças de acidente, medo, vidro estourado, freada, motor quebrado, ônibus sem luz, estrada ruim, brigas, risadas, conversas, olhadas... Mas esta chegando ao seu fim... E como quase todo fim, sentiremos falta. Lembro-me quando fui pela primeira vez, embarquei no ônibus, sol alto... A estrada era horrível, o ônibus tinha que parar em certos trechos, depois arrumou, e passamos a correr mais. A quantidade de bichos que nosso herói Marquinhos (aqui citado tantas vezes) matou, não esta escrito, mas vou tentar escrever agora. Que me lembro foi: Um cachorro (aqueles pequenez), um cachorro maior, uma pomba, uma coruja, um pardal, outro cachorro, uma outra pomba, quase uma capivara, quase um tamanduá, outro pardal, outro cachorro, raspando numa vaca (ou um boi) e muitos, mas muitos besourinhos e pernilongos, borboletas e abelhas, esses eu perdi a conta. Não nosso herói não virou bandido e se tornou um assassino, é que os pobres bichos atravessavam na nossa frente e não podíamos fazer nada.
Sim, o fim está próximo o fim de quatro anos de viagem o fim de cento e vinte quilômetros rodado por dia, mas vai deixar um gostinho de quero mais... Certa vez mencionei que sei as árvores se tem no nosso caminho, os bois, mas hoje um companheiro que viaja conosco me surpreendeu, ele disse-me com exatidão que de minha cidade ao nosso destino, tem 2979 buracos, muito... Muito buraco pra sessenta quilômetros. Disse ainda que terminou a contagem no começo desse ano e insistiu que os números estão exatos... Mas já estamos no fim, sendo, esses números aumentaram, e ele precisará recontar, eu que não quero passar por essa contagem de novo, não quero viajar mais quatro anos para ver a quantidade de buracos da estrada... Ou quero? Pode ser que sim, pode ser que não...
Deixo aqui o primeiro de dois no qual pretendo escrever antes de sair desse tempo que foi ta importante para mim, esse tempo de estudo, de viagens, de conquista, de sonhos...
O texto não ficou dos melhores, lembre-se, estou sem escrever a muito tempo. Mas estou de volta...

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